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Dr. Isaac Braga

“Os sintomas mais comuns são as queixas urinárias, as dores ósseas, a disfunção erétil e a fadiga, que acabam por impactar a vida do doente.”

Para minimizar os sintomas mais comuns do cancro da próstata, as estratégias dos médicos passam, muitas vezes, por tentar controlar os fatores de risco cardiovasculares e incentivar o doente a diminuir a perda de massa óssea e muscular, bem como reduzir a massa gorda, através de um programa de exercício físico controlado e ajustado às capacidades de cada indivíduo.

Segundo o Dr. Isaac Braga, a saúde mental é uma preocupação constante nos doentes com cancro da próstata e de quem os rodeia, porque um diagnóstico de cancro da próstata e os respetivos tratamentos podem estar associados a um estado depressivo. 

“Devemos questionar o doente e à sua família sobre estas preocupações. Se surgir algum sinal de alarme, devemos orientar e referenciar para quem pode ajudar melhor, sejam profissionais de saúde, como psicólogos, sejam grupos de apoio, que ajudam nesta área da saúde mental”, enumera o médico urologista.

Dr. Isaac Braga

“A hormonoterapia é o pilar do tratamento do cancro da próstata em várias fases, mas é essencial na fase metastática.”

A hormonoterapia atua bloqueando a produção da testosterona, que serve de fator de crescimento das células prostáticas e, principalmente, as células tumorais prostáticas. Este tratamento permite reduzir pequenas lesões.

“É importante saber que há estratégias que podem ser instituídas para diminuir os efeitos adversos da hormonoterapia”, explica o médico urologista.

Dr. Mário Lourenço

“Após um diagnóstico de cancro da próstata é necessário aferir a agressividade do tumor. O estadiamento é feito utilizando o sistema TNMT.”

Na fase de estadiamento da doença, os exames de imagem, como a TAC, o cintigrama ósseo e a PET-PSMA.

“Se for diagnosticado e tratado a tempo, a probabilidade de um prognóstico favorável é muito provável, mesmo para casos mais avançados”, afirma o médico urologista.

Dr. Mário Lourenço

“Um cancro da próstata localizado de alto risco tem parâmetros clínicos e laboratoriais bastante favoráveis e necessita de um tratamento rápido e eficaz.”

Existem algumas opções terapêuticas, como a prostatectomia radical e a radioterapia em conjunto com a hormonoterapia. Esta última adiciona-se durante dois ou três anos para aumentar a eficácia do tratamento.

Dr. Tiago Oliveira

“A principal ferramenta para o rastreio é a análise do PSA, mas sozinho não nos permite definir o que é um cancro da próstata.”

Para implementar um rastreio, é fundamental incluir outras estratégias além da análise do PSA, nomeadamente o toque retal e a ressonância magnética nuclear. Atualmente, esta última permite ter informações muito relevantes para aferir o risco da doença e, posteriormente, realizar uma biópsia.

José Graça

“Foi muito traumatizante. De tal forma que, apesar de terem passado dez anos, lembro-me perfeitamente daquilo que se passou.”

Depois do diagnóstico, José questionou ao médico a possibilidade de ficar com incontinência urinária ou disfunção erétil, dois dos problemas que mais preocupam os homens. 

Reconhece que, com o diagnóstico, a sua forma de estar em termos de saúde mudou. Começou a ser uma pessoa mais preocupada e cuidadosa, olhando para a saúde no sentido de prevenção.

“A melhor mensagem que posso deixar em relação ao cancro da próstata e ao rastreio é incentivar os homens a irem ao médico com regularidade para conseguirem um diagnóstico precoce”, afirma José.

Luís Correia Mendes

O meu conselho é acreditar que são capazes de vencer este desafio

Depois de apresentar sintomas no sistema urinário, Luís foi diagnosticado com cancro da próstata em fevereiro 2021. 

Reconhece que, com o diagnóstico, alterou o seu estilo de vida. Passou a cuidar mais de si, a dar mais atenção à alimentação, a dar mais atenção aos hábitos de vida saudável com o objetivo de ganhar forças para enfrentar “o desafio que me estava a ser posto”. 

“O meu conselho é acreditar que são capazes de vencer este desafio”, diz Luís, que acredita ser possível vencer o cancro da próstata através da mudança de hábitos, do acompanhamento médico e da capacitação do doente com informação sobre a doença e sobre o funcionamento do aparelho reprodutor masculino.

Dr. Pedro Nunes

“Cada vez mais cedo os homens devem dirigir-se ao médico de família”

A patologia da próstata é cada vez mais frequente e entre o leque de doenças que afetam esta glândula o cancro da próstata tem vindo a ganhar destaque, sendo já um dos tumores mais diagnosticados em Portugal e no Mundo. Por esse motivo, o Dr. Pedro Nunes deixa um alerta: “Cada vez mais cedo os homens devem dirigir-se ao médico de família e consultá-lo sobre este problema”.

A partir dos 50 anos os homens são aconselhados a fazer o despiste desta doença oncológica já que “numa fase inicial ela é quase assintomática”, não existindo nem sintomas, nem sinais da patologia. Contudo, se for diagnosticada numa fase inicial, trata-se de uma doença que “é curável”, diz o especialista.

 

Guia do Cuidador Cancro da Próstata

Para os cuidadores informais cujo ente querido foi diagnosticado com cancro da próstata

Este guia fornece informações essenciais sobre o cancro da próstata, opções de tratamento, perguntas a fazer ao médico, ensaios clínicos, como cuidar de si e outros recursos [descarregar em Formato PDF].

Dr. Isaac Braga

“A quimioterapia tem funções que pretendem inibir a divisão das células, com o intuito de reduzir o tamanho do tumor.”

As células que se dividem mais rápido serão as que mais sofrem com o tratamento de quimioterapia, por isso, é que os principais sintomas são a queda do cabelo, os enjoos e alterações gastrointestinais, a anemia e a diminuição de glóbulos brancos.

“A opção de tratamento depende muito das características do doente e do tumor. Atualmente, a abordagem do tratamento tem vindo a mudar e varia consoante o caso clínico do doente”, afirma o médico urologista.

Dr. Mário Lourenço

“O tratamento do cancro da próstata varia conforme a classificação da doença localizada em baixo risco, risco intermédio ou alto risco.”

As sociedades científicas nacionais e internacionais recomendam a vigilância ativa na doença localizada de baixo risco. 

“Nos casos de cancro da próstata localizado de risco intermédio há vários tratamentos e cabe ao médico e ao doente decidirem qual a melhor opção”, explica o médico urologista.

Dr. Tiago Oliveira. 

“O cancro da próstata é a neoplasia maligna que tem origem na glândula prostática, que está localizada na cavidade pélvica dos homens.”

Os principais fatores de risco são a idade e a história familiar. Infelizmente, não é possível prevenir um cancro da próstata, uma vez que não existe um fator de risco que seja modificável.

“Não podendo prevenir o cancro da próstata é fundamental detetá-lo numa fase inicial. Quanto mais inicial é a fase do diagnóstico, maior é a probabilidade de tratar a doença e menos agressivos são os tratamentos que temos de utilizar”, explica o médico urologista.

Dr. Tiago Oliveira.

“Na maioria dos casos de cancro da próstata nas fases iniciais não estão associados a qualquer sintoma.”

Quando a doença tem um estadio mais avançado, os principais sintomas são: a dificuldade em urinar, o sangue na urina, as alterações do esperma e as dores ósseas.

“O rastreio do cancro da próstata é a estratégia mais importante para mudarmos a história natural da doença. É o que nos permite detetar os cancros da próstata na fase inicial”, explica o médico urologista.

Dr. Isaac Braga

O cancro da próstata metastático é quando o cancro, ou as células cancerígenas, já saíram do órgão e deslocam-se para outro local.”

Os objetivos do tratamento na fase metastática passam por otimizar o estado do doente, impedindo a contínua progressão da doença e melhorando a sua qualidade de vida.

Segundo o Dr. Isaac Braga, os tratamentos curativos perdem alguma importância devido à disseminação do tumor. Nesta fase pretende-se controlar a doença para melhorar a sobrevivência dos doentes.

“Os tratamentos disponíveis na fase metastática são: a hormonoterapia, a quimioterapia ou a terapia direcionada”, enumera o médico urologista.

Joaquim Domingos

Muita coisa mudou na minha vida

Surpreendido com o diagnóstico de cancro na próstata quase aos 70 anos, Joaquim reconhece que nada o afetou tanto na vida como ter de lidar com esta doença oncológica. 

Destaca o papel da médica de família e do urologista no diagnóstico e no acompanhamento que o ajudou a ter mais cuidado com a alimentação, a ingerir mais líquidos, a praticar atividade física e hoje, ultrapassada a doença oncológica, Joaquim sublinha: “Muita coisa mudou na minha vida do ponto de vista psicológico e também sob o ponto de vista físico”.

Como mensagem final, Joaquim apela ao rastreio do cancro da próstata e deixa um conselho para todos os homens: “Cuidem-se”.

Dra. Gabriela Sousa

“É o cancro mais frequente nos homens, mas não é o que tem maior mortalidade”

Apesar de ser das patologias oncológicas mais frequentes, a Dra. Gabriela Sousa lembra que a incidência do cancro da próstata não se relaciona com a mortalidade: “É o cancro mais frequente nos homens, mas não é o que tem maior mortalidade”.

Segundo os conselhos da oncologista, os homens devem dirigir-se ao médico de família se notarem alguma alteração da rotina urinária, como passarem a urinar muito frequentemente, a ter infeções urinárias de repetição, a levantarem-se durante a noite para urinar ou notarem sangue na urina.

O diagnóstico do cancro da próstata exige o recurso a exames como a análise PSA, a ecografia à próstata, a biópsia e, eventualmente, a ressonância magnética. Depois de diagnosticado o tumor é ainda necessário fazer exames de estadiamento para conhecer a dimensão da doença e estabelecer o protocolo terapêutico a instituir, enumera a Dra. Gabriela Sousa.